segunda-feira, dezembro 27, 2010

Veneno


Esses dias, em meio a conversas paralelas entre pessoas muito inteligentes, ouvi a seguinte pergunta: "Qual a diferença entre veneno e remédio?".
Houve respostas bárbaras, uma mais elaborada que a outra, mas também teve respostas ignorantes, simplórias, e todas estavam equivocadíssimas. A resposta correta, dita logo após pelo questionador, pode parecer igualmente simplória, mas é, na verdade simples, praticamente óbvia e totalmente verdadeira: a DOSE.
Pense por um momento: todo remédio vendido em farmácias e semelhantes, é uma droga. Tanto que muitas farmácias têm o nome de "drogaria". Todas as drogas têm compostos que fazem algum efeito no corpo humano, podem muito bem causar efeitos colaterais, por isso que existe a bula e a receita médica, para indicar a melhor aplicação. Existem drogas alucinógenas, que, na maioria, são ilegais. Se são ilegais, dizem respeito a algum dano ao corpo. Veneno é algo que causa dano ao corpo... Agora, a partir de onde o remédio que cura passa a causar danos? As drogas ilícitas são compostos reforçados dos remédios, ou seja, a dose e a densidade são aumentadas. Por essa razão, também, que hoje em dia, estão aumentando os casos de suicídio por overdose, já que as pessoas têm a noção de que qualquer remédio tomado em grandes quantidades, pode causar a morte. E também muitos venenos podem ser usados para confeccionar remédios, assim como o antiofídico, mas seus compostos são utilizados em doses menores.
Portanto, a dose é essencial para diferir remédios de venenos.
Mas isso não se aplica somente na medicina. Ao que pode-se aplicar esta teoria no dia-a-dia?
Vicia, e todo o vício é ruim. Mas é tão boa a sensação, ajuda a eliminar a tristeza, você fica mais leve, sente que nenhum problema pode ser tão sério a ponto de atrapalhar seu bem-estar. Mas acontece que, como veneno, se em excesso, pode sufocar, doer, matar. Mas sempre queremos um pouco mais, um pouco mais, queremos que encharque nosso peito deste tão doce veneno, do qual fazemos nosso próprio placebo, e nos sentimos bem.
Afinal, os seres humanos amam demais. Isso pode prejudicar-lhes, mas ao mesmo tempo, deixa-os tão felizes...

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