quarta-feira, dezembro 29, 2010

Mundo novo


Imagine um mundo novo. Completamente diferente do que é hoje. Um mundo onde Cristo não tivesse sido crucificado.

Difícil imaginar? Também pensava assim. Mas acontece que tudo parte de uma reunião de fatos. Jesus realmente mudou o mundo em que vivemos. A maioria acha que foi para melhor, outros são indiferentes... Mas temos que ver todos os lados e as possibilidades. Não pretendo fazer um texto de cunho herege nem ateu, nem mesmo um exaltando a religiosidade, pois creio que cada um tem sua crença, e não estou aqui para forçar a crença de ninguém, apenas para apresentar fatos. Portanto, mesmo aqueles que não concordarem com este texto, peço que tenham um pouco de bom senso e avaliar o lado de todos os que possam lê-lo.

Jesus Cristo supostamente nasceu, viveu e morreu no período em que o Império Romano estava no auge. Este Império sempre foi conhecido como conquistador, dominador e impiedoso, e a dominação foi rápida. Em mais de um milênio de Império, este se extendia por praticamente toda a Europa, o norte da África e uma boa parte do Oriente Médio. Nesta época do nascimento de Cristo, o Império Romano tinha 5 milhões de habitantes, um número exorbitante para a condição daquela época, isso sem contar o número de escravos (que não eram considerados cidadãos), que era bem maior. Na época, a religião predominante era politeísta, ditada por Júpiter e Zeus, mas o Imperador detinha todo o direito religioso. Era como se fosse o mensageiro dos deuses na Terra.

Dizem que um verdadeiro artista só é reconhecido após sua morte. Jesus fez inúmeras demonstrações aqui na Terra do que foi considerado milagre para muitos, mas mesmo assim, sua imagem não foi tão difundida por causa da repreensão do Império. Como Roma era um Império egoísta, os governantes de cada local não queriam aceitar que havia alguém mais poderoso que eles mesmos. Por isso, desde seu nascimento, Cristo enfrentou perseguições, testes e dificuldades proporcionadas pelos governantes dos locais onde passava. Cristo morreu como um mártir para a Igreja que ele tinha recentemente estabelecido, a Católica Apostólica. Com sua morte, os apóstolos peregrinaram pela região divulgando os ensinamentos católicos, que a muitos encantava. E assim foi se espalhando o cristianismo, que veio a se tornar a religião com mais adeptos no mundo. Mas o gatilho para tudo isso foi a morte de Cristo na cruz.

Agora, e se Cristo não tivesse sido crucificado? E se, seguindo a tradição da época, dessem-lhe um castigo de 50 chibatadas e depois libertá-lo? Pois os que eram considerados "hereges", assim como Jesus foi considerado, por se dizer "filho de Deus", eram tratados exemplarmente desse modo, para que ninguém seguisse suas teorias. Se isso fosse seguido, Jesus continuaria vivo e pregando sua palavra. Mas ela não iria se espalhar, iria se concentrar na região. Particularmente, foi a expansão do cristianismo a derrocada do Império Romano, pois erguia-se um novo tempo à sua frente... o Império Bizantino, dominado pela Igreja. Assim, se Jesus não tivesse morrido de cruz, o catolicismo não se espalharia e o Império Romano continuaria a crescer. Se isso acontecesse, na velocidade em que o Império se expandia, hoje seríamos Roma. O Latim não teria sido extinto, pois, tão conservador, o Império prosseguiria com seu idioma materno. Até hoje, existiriam escravos, e não sentiríamos pena deles. Mas também, por ser o mundo de um Império unificado, não teríamos guerras, já que não haveria povos entrando em conflitos idealísticos. O cristianismo seria apenas um pequeno movimento rebelde ao sistema, sem poder para afetar sequer um país. Honraríamos a diversos deuses, que nos "castigariam" e "nos pregariam peças", mas, por medo, faríamos oferendas a eles. Não haveria exércitos, pois não teria de quem se defender. A tecnologia estaria mil vezes mais avançada, já que vem sendo trabalhada univocamente desde a antiguidade. Provavelmente nesta época em que vivemos agora, poderíamos, além de televisores em HD e iPads, ter à disposição viagens espaciais, ter o controle de tudo apenas por comandos de voz, carros que andassem na velocidade da luz... A sociedade seria visivelmente dividida, nas "castas" desiguais entre a nobreza e a plebe. Não sofreríamos crises econômicas, já que o dinheiro seria só um, e o poder de compra individual seria maior.

Enfim, o mundo seria completa e definitivamente diferente, cabe a nós decidir se seria melhor ou pior. Formulem suas teorias também! Escrevam nos comentários o que mais vocês acham que o mundo mudaria se Jesus Cristo não tivesse sido crucificado.

Peace All!

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Veneno


Esses dias, em meio a conversas paralelas entre pessoas muito inteligentes, ouvi a seguinte pergunta: "Qual a diferença entre veneno e remédio?".
Houve respostas bárbaras, uma mais elaborada que a outra, mas também teve respostas ignorantes, simplórias, e todas estavam equivocadíssimas. A resposta correta, dita logo após pelo questionador, pode parecer igualmente simplória, mas é, na verdade simples, praticamente óbvia e totalmente verdadeira: a DOSE.
Pense por um momento: todo remédio vendido em farmácias e semelhantes, é uma droga. Tanto que muitas farmácias têm o nome de "drogaria". Todas as drogas têm compostos que fazem algum efeito no corpo humano, podem muito bem causar efeitos colaterais, por isso que existe a bula e a receita médica, para indicar a melhor aplicação. Existem drogas alucinógenas, que, na maioria, são ilegais. Se são ilegais, dizem respeito a algum dano ao corpo. Veneno é algo que causa dano ao corpo... Agora, a partir de onde o remédio que cura passa a causar danos? As drogas ilícitas são compostos reforçados dos remédios, ou seja, a dose e a densidade são aumentadas. Por essa razão, também, que hoje em dia, estão aumentando os casos de suicídio por overdose, já que as pessoas têm a noção de que qualquer remédio tomado em grandes quantidades, pode causar a morte. E também muitos venenos podem ser usados para confeccionar remédios, assim como o antiofídico, mas seus compostos são utilizados em doses menores.
Portanto, a dose é essencial para diferir remédios de venenos.
Mas isso não se aplica somente na medicina. Ao que pode-se aplicar esta teoria no dia-a-dia?
Vicia, e todo o vício é ruim. Mas é tão boa a sensação, ajuda a eliminar a tristeza, você fica mais leve, sente que nenhum problema pode ser tão sério a ponto de atrapalhar seu bem-estar. Mas acontece que, como veneno, se em excesso, pode sufocar, doer, matar. Mas sempre queremos um pouco mais, um pouco mais, queremos que encharque nosso peito deste tão doce veneno, do qual fazemos nosso próprio placebo, e nos sentimos bem.
Afinal, os seres humanos amam demais. Isso pode prejudicar-lhes, mas ao mesmo tempo, deixa-os tão felizes...

sábado, dezembro 18, 2010

Além da imaginação


- Obrigado, doutor. Até a próxima.
- Espero que não uma próxima consulta, hein? Quero que você não precise mais vir até aqui.
- Eu também espero.

E saí. Com a consciência mais leve, com o corpo pesando menos e, principalmente, com a cabeça refrescada. Nunca me senti tão bem em toda a minha vida, que aliás, até aquele momento tinha sido apenas de tormento. Mas a felicidade finalmente tomou conta de mim. Nem sei se podia chamar isto de felicidade, afinal, nunca tinha sentido-a para saber o que é, mas sei que me sentia bem comigo mesmo, e nem mesmo os fantasmas do meu passado poderiam tirar-me o sono. Mas quem disse que queria dormir? Queria era aproveitar a vida, já que eu acabei de ter a certeza que a tinha, e a tinha com todo o orgulho e com toda a plenitude. Não é necessário nem dizer minha idade, pois este sentimento me faz tornar criança novamente. Não tenho certeza quanto tempo isso vai durar, mas espero que dure o suficiente para eu achar que é para sempre. Mas nada é para sempre, não é? Pisei fora da clínica e me veio uma brisa quente, abrasadora, nada confortável para um dia de verão como aqueles. Fechei os olhos por causa da poeira que vinha junto com a brisa, pudera eu não fazer isso! Abri os olhos e ninguém, nem nada contemplava meu sentimento, que vertiginosamente decresceu. Era como se ao invés de uma brisa quente tivessem jogado um balde de gelo em meu corpo nu. Encolhi-me, por saber o que viria pela frente, e não seria algo que traria de volta meu momento sublime. Como disse, ninguém estava no meu campo de visão e sabia que mesmo se voltasse para onde acabara de sair, não iria encontrar sequer meu psiquiatra. Já estava familiarizado com esta visão deserta, mas neste momento me assustava mais do que antes, algo estava diferente, definitivamente diferente. Mesmo em estado de choque, não voltei para a clínica tentando desfazer o passo errado que dei, nem fiquei estacado no chão, muito menos saí correndo em desespero. Coloquei as mãos nos bolsos, inutilmente, virei à esquerda e comecei a andar, calmamente, assoviando minha música preferida. Podia fazer o que quisesse, já que não havia ninguém para me observar. Mas apenas andei, como se em um dos mais normais dias, o que realmente era para mim. Andei três quarteirões até o sobrado amarelo que estava tão inconscientemente gravado na minha mente, pelo exagerado tempo em que convivi ali. Mas agora era hora de achar uma solução. Se o coração ainda estava batendo, significava que ainda havia alguma chance. O pensamento era escapar, correr, fugir o mais rápido possível. Mas é incrível que quando se há uma certeza na cabeça, e ninguém está presente para te impedir ou soltar qualquer ruído para te fazer pensar, o escapismo é que foge de você. Agora era isso que me importava, o encontro com os fantasmas do meu passado, e a resolução de meus débitos com eles. Creio que algo simples basta. Nada de espetáculo, minha vida até hoje foi monótona, porque justamente agora seria diferente? Mas estava diferente. O ar, a brisa quente que me bateu à face, o silêncio, até o eco de meus passos pelo jardim estava diferente. Agora sim tinha certeza. Abri a porta, acendi a luz e me encaminhei diretamente para o andar superior. Não havia porque fechar a porta, não havia sequer uma alma viva para invadi-la. Passei a mão em algo no caminho e levei-o comigo. Não sabia exatamente o que era, mas sei que era pesado o suficiente. Subi e entrei. Era exatamente como lembrava, cada centímetro. Guardava tudo como estava exatamente para este momento, para a grandiosidade sigilosa. Deitei na cama confortável e respirei o conforto que a volta me causava. Mas aquele momento não era de conforto, era de ação. Mas não precisava levantar da cama... Quem disse que a vida só é miséria? Todos tem direito de se sentir confortável pelo menos uma vez na vida. Que seja esta a vez. Apenas um movimento, um simples e convicto movimento. Bastava para mim. Levantei-o. Posicionei-o. Deixei a gravidade atuar junto com a força do meu braço. E as pessoas voltaram a aparecer. E o mundo estava de volta ao normal, sem mim.

sábado, dezembro 11, 2010

Alguém

O novo é o que achamos que é novo. Um novo amor, um novo ano, uma nova vida. Novamente quero algo que me foge. Algo novo, um papel em branco à minha frente. Mas não tenho lápis. Ainda sou o mesmo, só o tempo mudou. Sim, o tempo, aquele que, inconscientemente muda o conceito de novo, mas ao mesmo tempo, deixa tudo novo. É de extrema dificuldade externar esta angústia. Não, não quero novas objeções, mas sim, novas concepções. Quero o pensamento renovado, quero vividez. Nada novo irá me agradar, a não ser o próprio eu. Quero um novo eu, que possa me explicar o que o eu é. Algo que possa me trazer de volta à realidade, que me modifique e que modifique o que sinto. E sinto que estou cada vez mais perto. E sinto muito, mas terei de ser egoísta. Pelo menos uma vez na minha vida, deixe-me experimentar o que é ser eu completamente. Quero algo para mim, e não quero ser "algo" para alguém, e sim TUDO para alguém. Quero alguém que me complete, e também quero completar alguém. Quero um teto para minha casa, um final para o meu túnel, um chão para a minha queda. Quero ser teu cobertor no inverno e teu ventilador no verão. Quero simplesmente, que eu seja você e você seja eu, unos em uma só ideia. Não, não quero um amor. Não disse isso. Quero alguém que possa me completar, que possa viver e dar boas risadas comigo. Que possa contar-me novidades todos os dias, e que cada dia seja mais emocionante, empolgante, alegre. E isso não necessariamente refere-se a um amor. Pelo menos não no contexto estereotipado e globalizado da palavra. Amor é tão mais que apenas isso... Amor é vida, amor é felicidade, amor é companhia. Meu coração é grande o suficiente para suportar novas aproximações... E quero viver esta vida, tão nova vida perto de quem me faz bem... E não necessariamente quem me faz bem é unívoco. Como disse, tenho o coração grande!



Dedicado a todos os meus amigos... Em especial, àqueles que me fazem respirar cada dia mais firme.